Jornalista não precisa de formação superior.
Jornalista não precisa conhecer as teorias da comunicação.
Jornalista não precisa entender de semiótica.
Jornalista não precisa saber a diferença entre um lead e uma introdução de texto dissertativo.
Jornalista não precisa conhecer técnicas de reportagem, entrevista e pesquisa.
Jornalista não precisa estudar fotografia, diagramação, produção e edição para veículos impressos, eletrônicos e online.
Jornalista não precisa de formação superior.
Quem acompanhou os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal que derrubaram ontem a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da atividade, assistiu a uma verdadeira aula de prepotência.
Ora, o argumento de que a obrigatoriedade da formação superior agride a liberdade de expressão e pensamento é, no mínimo, pífio. Ninguém precisa ser jornalista para falar ou escrever o que bem entender. Para isso há espaços reservados para articulistas em todos os veículos de comunicação e uma imensidão de possibilidades na internet (como este blog que vocês está lendo) e mesmo formas de comunicação alternativa, como fanzines (você sabe o que são meios de comunicação alternativos? Possivelmente, não, caso você não tenha estudado... jornalismo, por exemplo).
Dizer que a atividade jornalística é intelectual e não coloca em risco a vida de ninguém(diferentemente de médicos e engenheiros) também parece piada. O Direito é iminentemente intelectual e não implica risco à vida de ninguém. Mas nem por isso EU, JORNALISTA POR FORMAÇÃO (quase, diga-se), posso advogar ou pleitear uma vaga na respeitada máxima Corte do Judiciário brasileiro.
Concordo que não é a certificação de uma Instituição de Ensino Superior que irá moralizar a profissão, que não é a passagem por uma faculdade de jornalismo que irá carimbar a testa de um profissional e assegurar sua ética e decência. Mas isso por acaso é próprio dos jornalistas ou não há bons e maus médicos, bons e maus professores, bons e maus advogados, bons e maus engenheiros?
Mas... contra o STF, quem pode?
Basta agora esperar que os empresários não contratem cozinheiros no lugar de jornalistas formados e que o Ministério do Trabalho e Emprego não faça distribuição de registro profissional de jornalista a quem bem entender. Eu tenho registro de jornalista na Delegacia Regional do Trabalho mesmo sem ser formada: DRT 1750. E nem por isso abro mão do meu diploma, que receberei em alguns meses. Espero que meu patrão e as pessoas que lêem o que eu escrevo também façam questão dele.
Como diz a Nat: "pronto, falei!".
quinta-feira, 18 de junho de 2009
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3 comentários:
É isso aí princesa, falou e disse.
pois é! pois é! pois é!
esse teu texto acbou indo parar nas portas, pra quem quizer ler, d(n)a TV Antares!! rsrs
Pronto. Falou! E disse...
bjo, xuxu
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