terça-feira, 3 de julho de 2007

Parada obrigatória



Esse não é necessariamente um post. Acredito que seja apenas um comunicado. Um comunicado de que, ao menos até a próxima semana, a Vanessa blogueira vai ter de dar um tempo em nome de trabalhos, provas e coisas típicas de final de período na universidade.

Hum... tanta coisa para dizer e tão pouco tempo para escrever (alguns posts até já iniciados - porém incompletos). Além disso, ando fugindo de internet em casa. Se eu fosse um pouco mais controlada e conseguisse fugir apenas do MSN, tudo seria diferente... mas assumo minha fraqueza. E é por causa dela que ausentar-me-ei (sempre quis ver uma mesóclise neste blog – rsrsrs) por mais alguns dias.

Bjo e obrigada pela compreensão!

Como fugir da morte em duas lições

Lição 1:
Sempre olhe para cima antes de sentar-se sobre algum batente; sempre há a possibilidade de um ar-condicionado enorme estar sendo guinchado sobre a sua cabeça. Tá, não é sempre que a gente vê essas coisas, mas quando se trata de pessoas (hum... digamos..) “carregadas”, tudo é possível. Precaução não faz mal!

Lição 2:
Se você sentar no batente sem olhar para cima, não ignore o grito do operário que está guinchando o tal trambolho: “ei, muié, sai daí” (muié???). Saia correndo e espere, em um local seguro, os acontecimentos dos próximos 30 segundos. Pronto. O ar-condicionado está todo arrebentado, os operários se preparam para levar uma bronca e você continua vivinha da silva.


Essa aconteceu comigo na sexta-feira da semana passada (29). Na verdade, não só comigo; eu estava esperando o carro do jornal com a Marthinha, mas, segundo meus cálculos, o ar-condicionado cairia a uns 30 centímetros dela. Em compensação, acertaria em cheio a minha pessoa. Se não fosse pelo “ei, muié, sai daí”, hoje eu teria virado uma lenda urbana. Daqui a alguns anos, ninguém acreditaria que alguém morreu em baixo de um ar-condicionado caído do quarto andar de um prédio.

Quando eu vi aquele troço enorme despencando caprichosamente no local onde eu estivera sentada 30 segundos antes, não consegui pensar em nada. Um tempinho depois é que me imaginei esmagadinha entre o batente e o ar-condicionado potencialmente homicida. Parafraseando Carlos Drummond, pensei: “que morte besta, meu Deus!”. E caí em mim... eu poderia ter morrido.

E essa é uma perspectiva tão curiosa quanto assustadora. Qual seria a reação das pessoas? Elas chorariam? Sentiriam minha falta? Mas e meus planos, meus projetos? Eu ainda tenho de morar em Salamanca, ir a um show do Alejandro Sanz em Madri e ver a Orquestra Imperial tocando no Circo Voador, conhecer uma dúzia de países, passar o Reveillon em Fernando de Noronha, escrever alguns livros, morrer dentro de uma redação. E as pessoas que amo, as pessoas que eu poderia vir a amar? Agora, quando lembro do tal episódio, só consigo pensar em uma coisa: estar vivo vale muito a pena, nem que seja apenas para alimentar a esperança de realizar sonhos.