quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Pela descriminalização do aborto

Pela descriminalização do aborto

Por que nem tudo que se conversa em corredor de Universidade é besteira...

Outro dia eu conversava com uma colega sobre o motivo de a discussão sobre a descriminalização do aborto ainda não ter chegado às grandes mídias, aos bancos de praça, às portas de prefeituras... conclusão imediata: quem sofre com aborto é pobre. Pode parecer uma visão simplista (e realmente o é), mas a menina de classe média alta faz aborto em uma clínica bacana e, por uns R$ 2.000, “tira o menino” com “segurança”. Já a coitada da favela faz aborto em qualquer espelunca (isso quando não faz aquelas receitas caseiras e perde o filho no sanitário de casa) e nas mais precárias circunstâncias.

Temos de deixar de ser provincianos (sem querer ofender as convicções morais - ?? – de quem quer que seja) e observar que ninguém deixa de fazer aborto porque é crime. As pessoas desistem de fazer interrupções de gravidez por não terem dinheiro, por medo, mas não porque a legislação proíbe.

A discussão do aborto deve ser tida como caso de saúde pública. É algo acima “daquele papo feminista” de defesa da liberdade individual de a mulher decidir o que faz com o seu próprio corpo. Com a descriminalização, ninguém é abrigado a abortar. Porém, aquelas que acham que é melhor não ter o filho podem fazê-lo em condições adequadas. Claro que, paralelamente a isso, têm de ser reforçadas as ações voltadas para a educação sexual, para a prevenção de gravidezes indesejadas e para o controle de natalidade.

Todo mundo fala que os maiores problemas do Brasil são falta de investimentos em educação, corrupção... mas quase ninguém critica o fato de as grandes questões sociais não serem discutidas no seio da (oras!) sociedade. Tá, sei que o Brasil segue um regime político representativo e que é para isso que servem os parlamentares e gestores públicos. Entretanto, isso não quer dizer que se deva restringir as grandes decisões nacionais a apenas essas pessoas. “Assim não vai”...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Patético

Patético
Natacha Maranhão escreveu muitas das melhores matérias que já li. Sempre digo que ‘quando eu crescer, quero ser igual a ela’. E digo isso não apenas pelo brilhantismo das reportagens especiais que ela escreve para a ‘piauí’ (melhor revista de jornalismo literário do Brasil) ou no ‘Overmundo’ (site de cultura brasileira mais conhecido do país), mas pela competência que tem para transformar qualquer assunto (velório, campanha de vacinação, seminário sobre legislação de trânsito) no texto mais delicioso que alguém poderia redigir.

Para minha surpresa, um perturbado (sim, isso é um pré-julgamento... mas uma pessoa dessas não pode ser normal) chegou hoje à redação chamando a Nat de IRRESPONSÁVEL, VENAL E COMPRADA. Como assim, doido??

Ela fez uma matéria sobre clínicas de hemodiálise. Um de seus entrevistados, Rubens Nery Cota, referência nacional em nefrologia, criticou uma clínica de Picos. A Nat não citou o nome do tal estabelecimento; sequer deixou a entender (nas entrelinhas, mensagens subliminares ou sinais de fumaça) que se tratasse da clínica do "perturbado". Mas a carapuça serviu e ele se deu ao trabalho de viajar de Picos a Teresina tão somente para ofendê-la.

Que diabos é isso??? Ninguém tem o direito de fazer o que ele fez com ela. Foi infundado, constrangedor e gratuito. Patético!!!

domingo, 21 de outubro de 2007

Banalização

Banalização

É incrível a capacidade que certas pessoas possuem para banalizar as coisas. Outro dia, eu vi em um portal de notícias (daqui de Teresina, mas isso não deve ser exclusividade nossa) a seguinte ‘enquete’:

‘Você acha que a crise no Democratas prejudicará o partido nas eleições 2008:

( ) sim;
( ) não;
( ) não sei/ não opino.’

NÃO SEI/ NÃO OPINO???? Faço minha a célebre frase de Edson Costa: “Como assim, doido????”. Uma coisa é uma pesquisa em que você é interpelado a responder a algo. Nesse caso, você pode soltar um “não sei” ou um “não opino”. Mas você se dar ao trabalho de participar, por vontade própria, de uma enquete para dizer: “não sei/não opino” é idiotice.

Enquete é um modo interessante de se conhecer a opinião pública (ou ao menos de alguns segmentos dela). Mas é preciso saber utilizar um instrumento como esse; tanto quem as elabora, quanto quem delas participa. Se não sabe, então fica quieto. Se não quer opinar, então não clica em alternativa alguma. Não é simples? Ou será que eu é que vejo as coisas meio fora do lugar???Eu vejo cada uma...



Tou ‘puta’ hoje... rsrsrs.

Bjos!!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A prática e o discurso



O discurso e a prática




Às vezes me pergunto por que tenho uma assinatura da Veja. Nunca leio as matérias de política porque são nojentas. Por outro lado, acho que seus textos e sua diagramação são os melhores dentre as revista semanais de atualidades. Mas é quando leio entrevistas como a que o ministro (e gato, muito gato) Fernando Haddad, da Educação, concedeu a Mônica Weinberg (edição 2.030) que me convenço de valer a pena pagar para receber a revista.

Algumas do Haddad:
“Um problema evidente é o dogmatismo que chega a algumas salas de aula do País. Ele exclui da escola a diversidade de idéias sobre a qual ela deveria estar apoiada. A obrigação da escola é formar pessoas autônomas, capazes ”.

“É preciso ressaltar que a educação no Brasil pena com algo mais básico, que é o despreparo dos professores. Temos um grande défict de pessoas realmente capacitadas para educar nossas crianças”.

“As melhores escolas do Brasil têm professores com base do mérito e não em política. é básico, mas ainda raro no Brasil”.

‘Temos de criar incentivos para que as pessoas se interessem por essas carreiras, como distribuição de bolsas de iniciação científica e cursos profissionalizantes”.

“Houve uma vulgarização da greve no ensino, e isso não nos ajuda. Precisamos ser pragmáticos para vencer nossas evidentes fraquezas em sala de aula”.

“Temos um problema sério: a Universidade brasileira não produz conhecimento que interessa ao mundo real”.

‘Uma praga da qual precisamos fugir é a da descontinuidade das políticas públicas. A cada novo governo, tudo muda e lá se vão anos de trabalho pelo ralo”.


O discurso, senhor ministro, é muito bonito (tanto quanto o senhor), mas por que todo esse falatório ainda não saiu do papel? O Fundo para o Desenvolvimento da Educação (FDE) foi lançado em maio e até agora naaaada. Se quem tem fome tem pressa, com analfabeto e desempregado não é diferente. Enquanto isso, a gente se concola com o fato de finalmente haver um ministro da educação ao menos sensato no Brasil. Mas só isso não é suficiente.

Em tempo, leiam a entrevista na íntegra. Vale a pena. Também recomendo que leiam, na mesma edição de Veja, o artigo “Falsos estágios ?”, de Cláudio de Moura Castro, um economista que entende mais de educação que muitos ministros que o Brasil já teve.

P.S.: falando tão sério hoje... rsrsrs

Bjos!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

“Pede pra sair, porra!”

“Pede pra sair, porra!”

Conheci o significado da palavra dualidade quando saí do cinema no último sábado. Marafolia bombando em São Luís e eu vendo Tropa de Elite (direção José Padilha). Foi irresistível. Como irresistível é a sensação de tentar descrever o que esse filme provoca no espectador. Impossível ficar indiferente a Tropa de Elite. Pior que isso: impossível ter um sentimento uno em relação ao longa. E esse é seu maior mérito.

A atuação de Wagner Moura como capitão Nascimento, o protagonista, é irrepreensível. Brilhante mesmo. Poucas vezes vi uma personagem tão humana e tão cruel ao mesmo tempo. Acho que essa era a idéia: deixar o espectador atordoado, impedí-lo de tecer teses quaisquer acerca do filme, de tachar as atitudes nele mostradas como corretas ou erradas. Uma dualidade angustiante.

Como é possível admirar e abominar, concomitantemente, as pessoas que compõem o Bope? Só assistindo a Tropa de Elite para saber. Como ficar apavorado com a prática de tortura que os ‘caveiras’ utilizam e ao mesmo tempo criar a esperança de que oferecendo aos policiais melhores treinamentos e salários se daria um passo para acabar com essa guerra em que se vive? Só vendo Tropa de Elite.

Mesmo no dia seguinte, mesmo à beira-mar, mesmo com muita fome, não falávamos (Ligia, Laura, Bruna, Nivton – meus comparsas de feriadão em São Luís – e eu) em outra coisa. Parecia que discutir a truculência do Bope, a ineficiência da PM e a incompetência do poder público tinham virado nossos únicos assuntos. Tudo acabava nos levando a falar sobre o filme. Até as repetições de “Moleque. Tu é um moleque” e de “Pede pra sair! Pede pra sair!” apareciam “do nada”. Acho que, na verdade, nenhum de nós tinha conseguido se dar conta de quão real era toda aquela ficção.

Vá ao cinema
É só uma dica... Sei que vocês já assistiram, já viram trechos, já leram algo, já conhecem a história de Tropa de Elite “indo e voltando”, mas nada é como cinema. Não sou contra a pirataria (ao contrário, mas isso fica para um outro post), apenas acho que vale a pena pagar um pouquinho a mais pelo turbilhão de sensações que só a telona e o escurinho ajudam a criar.
Bjooos!!!
ah, vou tentar voltar a blogar pra valer, tah?

Coisas que só o Lucas faz por você!


Coisas que só o Lucas faz por você:

Comprar creme de galinha e pedir duas colheres porque sabe que você vai acabar comendo mais que ele;

Criticar você sem o menor pudor ou piedade – isso inclui chamar você de “baranga” nas horas mais impróprias (porém, com toda a razão);

Abandonar a Marcela para passar o sábado todo (todo mesmo) com você;

Deixar seus outros amigos mortos de ciúmes com tantos “abraços e carinhos e beijinhos sem fim” (né, Douglas???);

Tratar você como se fosse uma mongol no meio da rua para lhe preservar de “motoristas perturbados e fascínoras”;

Falar ‘sibilando’ (esssssssssstudar, gossssssssstar) sem nunca ter passado perto de um local onde as pessoas falem assim;

Brigar com o irmão mais novo porque ele comeu os chocolates caros que (caso o “menor” não tivesse comido) seriam seus;

Acompanhar você até a beira-rio (odiaaaaaaaaaaando) apenas para você matar a vontade de “molhar as canelas”;

Procurar promoções alucinadamente;

Fazer você caminhar (uns 15 minutos por volta das 14h !!!!!!!) até a casa dele – sem as chaves e sem saber se tem alguém lá;



A Karla Maria Josephine diz que amigos não devem ser “ranqueados”. E realmente seria uma tarefa muito injusta lista-los, independentemente do critério utilizado. Saber que há pessoas inegavelmente presentes em nossa vida, que pertencerão a nossas lembranças mais bobas e gostosas é suficiente para saber o quanto elas (nos) são especiais.

P.S.: esse post está escrito desde o feriado do dia 07 de setembro.. mas o Lucas não liberava uma foto em que ele não estivesse "abarangado", então... foi o jeito roubar uma foto do Orkut mesmo (lindoooooooooo !!!).