quinta-feira, 27 de março de 2008

Cirandeiros!


Eu não sei como são os encontros de estudantes de outros cursos, mas os encontros de estudantes de Comunicação são... são... como eu poderia explicar.. fantásticos (nos mais diversos sentidos da palavra)!

Em um encontro de Comunicação são as cirandas que dão o tom à "interação" entre os encontristas e é a "interação" entre os encontristas que faz a diferença.

Com a pelegagem em baixa (sem querer diminuir o trabalho da C.O., mas tratava-se de Teresina em época de Semana Santa), o Erecom Piauí foi além das expectativas (ao menos das minhas e das de um certo povo do Ceará - rsrs); os espaços estavam quase sempre cheios. E o melhor: cheios de pessoas a fim de discutir essa tal Comunicação Alternativa.

Para mim, o que ficou de mais marcante nessa discussão foi o trabalho do pessoal do CMI (Centro de Mídia Independente) de Fortaleza. DemoCom sempre foi um tema que me fascinou. Porém, sempre achei que fosse algo muito distante de mim. Não conheço, por exemplo, nenhum coletivo atuante em relação a isso em Teresina (se alguém conhecer, pelamordedeus, apresente-me!!!). Mas, acompanhando o trabalho de (Rafael) Soneca e companhia, percebi que o problema está em nós e não nos meios de que se dispõe. Tá, isso não é novidade. Mas quando você tem a oportunidade de ver ações e resultados, de ver todo aquele papo de indiemídia fora do papel, tornando-se concreta, tudo parece mais viável.

No mais, pessoas especiais, encontos especiais, conversas especiais, risadas especiais, brincadeiras especiais, "cantigas especiais" (incluindo o famigerado "eu sou um bolinho de arroz - de ar-roz!").

Parabéns ao pessoal da C.O. ...

Parabéns aos meninos do CMI Fortaleza...



Bjo!!!!

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PERGUNTAS SEM RESPOSTA: Por que ninguém é normal na redação do jornal O DIA???????

quarta-feira, 26 de março de 2008

Aos eleitores do Warton

Proposta do distinto deputado estadual Warton Santos (PMDB) durante a sessão de hoje, (26/03/2008) na Assembléia Legislativa do Piauí (Alepi), aprovada por seus colegas de "trabalho":

"Solicitar da TV Globo explicações acerca da regularidade da extensão (de um minuto) ao prazo de votação durante a final do BBB8."

A justificativa do nobre parlamentar:

"Não é possível que em mais de 70 milhões de votos exista empate. A Globo mostrou-se tendenciosa, desde as citações da apresentadora Ana Maria Braga, como também colocar um conjunto de rock todo tatuado, assim como o roqueiro que disputava com Gyselle. Isso é subliminar. Tenho a impressão que Bial criou esse adendo ao regulamento na hora. Porque ele não propôs mais minutos ou dividiu o prêmio? Estamos aqui para defender a Gyselle de todo jeito; quantos sonhos não foram destruídos em uma votação que aparentemente é fútil, mas que é um reality show?"



Parafraseando Raimundo Filho, meu amado ex-chefinho, cada população tem os representantes políticos que merece.

Apesar de achar que esse tipo de coisa fala (mal, muito mal) por si só, não posso deixar de comentá-lo: esse tipo de discussão popularesca e oportunista só chega à Alepi porque em nosso estado não há a menor renda per capta do Brasil, serviços públicos essenciais (leia-se educação, saúde e segurança) precários nem corrupção, né?!

A que ponto chegamos?


obs: indignada, muito indignada!

Bjo

sexta-feira, 21 de março de 2008

"O pobrema é meu, a vida é minha!"

Se tem uma coisa que coloca todas as pessos em um mesmo balaio, sejam elas quem forem, é um negocinho chamado PRO-BLE-MA.

Acho engraçado quando alguém diz: "O Joaozinho é problemático". E alguém lá sabe o que se passa na vida do Joãozinho para dizer um negócio desses?

Eu tenho problemas - muitos deles.
A Lyghia, que parece a pessoa mais feliz do mundo, tem problemas.
O Douglas, que é um crânio, tem problemas.
O Juan, que é rico, tem problemas.
A Nil, que é a criatura mais serena que eu conheço, tem problemas.
A Nat, que é divertidíssima, tem problemas.
O Arthur, que mora na Holanda, tem problemas.

Há quem se desespere, há quem passe a tarde no shopping gastando dinheiro, há quem finja que não é consigo, há quem saia pedindo conselho a todo mundo, há quem guarde para si. Cada um lida com isso como quiser/souber.

Eu choro. Choro muito. Como diria o Hérlon, choro "dicumforça". E não acho isso ruim. Ao contrário: não há nada mais revigorante! Talvez seja ruim para as pessoas que gostam de mim, talvez elas tenham aquela terrível sensação de impotência. Fico triste por elas, mas isso deve fazer parte do meu jeitinho problemático de ser.

Bjo!!

Ele sabe

Poucas são as pessoas que admiro tanto.
Menos ainda foram as vezes que decepcionei-me tanto com alguém.
Confiança e receio... tem sido assim há muitos anos.
Amor exagerado e algo que quase beira a veneração.
Ninguém apostaria tantas fichas em mim... nem eu acreditaria.
Defensor incondicional.
Uma única briga e tantas lágrimas quanto as que uma criança pudesse chorar naquele momento.
Prazer nos poucos momentos juntos.
Amizade e cumplicidade.



Porque saudade não avisa quando resolve bater ainda mais forte.



Bjo, paizots!

segunda-feira, 17 de março de 2008

1 ano!



Esse mês, coisasdevanessa comemora (??) um ano de existência.

Sempre disse (digo) que esse é um blog bobinho. Não tenho a pretensão de ser a Noblat do Piauí. Longe disso! Esse é um cantinho meu (e como gosto disso). Aqui, sinto-me livre, permito-me escrever mesóclises, escrever coisa séria, escrever bobagens. Ele me é uma fonte de prazer. E no dia que não mais o for, que eu me sentir brigada a postar, ele deixará de fazer sentido para mim (e, por conseguinte, para quem o lê).

No último ano, figuraram nesse “revolucionário espaço” amigos, dúvidas, viagens, impressões, textos alheios, alguns drops. Um pouco de cotidiano, muito de auto-referencia... de março de 2007 para cá, tenho sentido o (por mim tão prezado) gostinho da liberdade. Escrever sem amarras (me) é algo inestimável.

Acabo de ler um post "meio intelectual, meio de esquerda". A blogosfera (odeio esse termo) está repleta deles. Mas esse chamou minha atenção: é do blog de uma estudante de Direito, que se diz de esquerda-liberal, falando sobre Comunicação (e sobre ela, todo mundo acha que entende). Adoro esse povo muito politizado (?)!

No tal blog, um pouco de Drummond, um tanto de Chico, e o que mais me prendeu (por motivos óbvios) foi aquele velho papo de conceito de "massa como um aglomerado aformo de indivíduos que compõem a audiência", de "abaixo a 'Vejinha'", “a importância da comunicação nas relações em sociedade”, de que “os blogs são um espaço para a democratização da comunicação e construção de uma nova realidade”.

Talvez a moça do tal blog não fosse gostar muito do meu; talvez ficasse chocada quando visse que sou estudante (às vésperas da entrega do TCC) de Comunicação; talvez me deixasse um comentário “de veras” bem escrito, sem erros de regência ou concordância e com construções frasais rebuscadas; talvez dissesse que uso mal o espaço que tenho, que deveria utiliza-lo em favor de causas humanitárias ou na defesa do meio-ambiente.

E quem sabe se ela não estaria com a razão? Mas esse é meu “blogzinho”, para falar da minha vidinha (ou não) e, ao menos por enquanto, está bom assim!

Em tempo, a moça do tal blog não sabe nem que eu existo, não é nada pessoal – tão somente um desabafo; e essa minha “raiva” de estudantes ditos politizados é assunto para um outro post...


Ah, e obrigadinha a quem lê (gostando ou não de) coisasdevanessa!


Bjooooooo


P.S.: dia de saudade!!

sábado, 15 de março de 2008

O bendito TCC!

Momento "Como vai meu TCC?"

Informe: meu TCC não é mais "meu" e, sim, "nosso". A Lívia Má resolveu entrar nessa comigo. Então, bem-vinda, boa sorte e tomara que a gente não se mate até julho!

Os 9 ou 10 leitores assíduos desse blog acompanham há algum tempo meu suplício por causa desse bendito livro-reportagem. Pode parecer incrível, mas a gorda me foi útil! Aliás, muito útil! Ela conseguiu me dar uma pauta que fizesse o tão esperado "plim": Os PDVistas do governo Mão Santa.

O que aconteceu com eles? Tem gente super mal de vida, tem gente que voltou ao governo, tem gente que virou pescador e vive sossegado, tem gente que virou empresário e ficou rico. A idéia seria resgatar a polêmica provocada à época pelo programa e contar alguns "desfechos" dela.

Quando escolhi fazer um LR, além das "facilidades" e do prazer que eu acredito que ele pode me proporcionar e dos fatos de eu ser péssima pesquisadora científica e não ter talento algum para audio-visual (logo, nem pensar em monografia ou dcoumentário), pesou a minha vontade de contar histórias de pessoas. Isso! Queria um livro de personagens e não apenas de fatos.

Muita gente não se animou com o tema que escolhemos, outros adoraram, mas o importante é que Lívia e eu estamos empolgadas. Tanto que já temos algumas pautas e já arranjei até alguns "pedevistas" (eu já te contei isso, Lívia?). Agora, é ter determinação, sorte e paciência, além de otras cositas mas.

Bjooooo!!

P.S.: obrigadinha a todos que de alguma forma ajudaram (e me aturaram) nessa fase de "alguém me dá uma pauta para o meu TCC!!!!"

quarta-feira, 12 de março de 2008

Isabella Taviani

"Perdoa essa loucura de querer te machucar
Achando que assim você vai recuar
Perdoa esse meu jeito
De não dizer que sim
Sei que o universo não se resume em mim"



Ouvi essa música e senti-me um pouco menos "ET". O nome dela é "Argumento ineficaz" e fala de uma pessoa auto-referencial, que se distancia de quem gosta por medo de se apegar demais e acabar deixando de lado o seu próprio mundo. Porém, ela se arrepende quando percebe que, na verdade, queria estar próxima desse alguém, mesmo agindo e demonstrando o contrário.

O que isso tem a ver comigo? Só tudo - a não ser pela parte do arrependimento. (Não, Hugo, não me refiro a algo pontual.... esse é um cometário genérico)

As pessoas acham estranho. Eu não consigo entender. Mas que bom que não sou a única criatura desse mundo a cometer tamanha incoerência. Que bom que isso até dá samba, ou melhor, pop.

Durante toda a minha vida, fugi das pessoas por quem realmente me interessei. Quando o negócio "engrenava", caia fora com a maior pressa do mundo. Como diz a canção, "é que eu amo demais e isso me atordoa à toa", "tenho medo". Nada me apavora mais que a sensação de que posso parar de viver "só" para mim. Sei que ter alguém para compartilhar as coisas deve ser ótimo. Mas as cobranças, as satisfações, as "obrigações" me apavoram. Cobrar, tomar satisfações ou impor obrigações não me deixa em um papel confortável. É.. sou realmente muito egoista.



Sobre Isabella Taviani
Uma descoberta que, mais uma vez, devo a Larissa Gomes. Algumas músicas são bobinhas, têm rimas pobres, do tipo "dor" com "amor" e "paixão" com "coração". Mas a maioria delas são autênticas. Falam de sentimentos sem excesso de frases melosas e até quando acontece isso, há algo de inusitado: "prometo para sempre ser fiel ao nosso encontro", "eu não quero roubar você, eu quero é que você se dê", "eu me matei por não saber me viver". Recomendo!

Valeu, Larissa!

Bjo!

terça-feira, 11 de março de 2008

Esse negócio de casamento...

Douglas diz:
se voce tiver tempo agora
Douglas diz:
queria lhe falar uns minutos.
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
rapidim
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
já vou dormir
Vanessa !! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
rsrsrs
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
diz
Douglas diz:
eu vou me casar.
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
ruuuuuuuuuum
Douglas diz:
este mes.
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
comassim????????
Douglas diz:
A Iomara está gravida de 5 semanas.
Vanessa!! "... sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins..." diz:
e só p isso vcs vão casar ?????????
Douglas diz:
sim.



É impressão minha ou todo mundo está casando ou tendo filhos ou casando e tendo filhos ou tendo filhos e casando????

Talvez eu esteja ficando velha e o meus amigos tenham chegado à fase do "reproduzem-se" do tal ciclo da vida ("os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem"). O problema é que eu não consigo ficar feliz por eles entende? Não por mais de 20 minutos.

Foi assim com o casamento do Di. Eu sabia que ele estava feliz, que a Marina estava feliz, que as famílias deles estavam felizes. Eu realmente desejava que eles fossem feliz a dois. E desejo isso em dobro com a chegada do Caio. Mas eu não consigo não pensar nas dificuldades de se construir uma família assim tão novos.

O mesmo acontece em relação ao Douglas. Poxa! Vai casar só porque a Iomara engravidou? Não. Eles se amam e, segundo ele, apenas estão adiantando algo que aconteceria talvez daqui a um ano. Será que daqui a um ano eles ainda estariam juntos? Eu disse a ele: "eu te amo demais para achar isso bom".

E o meu irmão? Casou por amor quando tinha minha idade. Três depois, ainda não tem filhos com a Amanda, mas sabe direitinho as dificuldades de casar tão novo.

Difinitivamente, eu não acredito na instituição do casamento. Talvez por essa minha mania de ser livre demais ou por achar que um par de alianças não vai tornar um casal mais cúmplice, mais unido. Porém, independentemente disso, eu deveria ficar feliz por meus amigos, pela importância dessa nova fase da vida deles. Deveria... é, acho que realmente sou muito egoísta!

Bjooo!

obs: dia feliz!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Uma das coisas mais engraçadas (ou estranhas, ainda não sei bem qual o termo mais apropriado) que há quando se tem o hábito de escrever é (re)ler textos antigos que você mesmo escreveu.

Estava fazendo uma pesquisa sobre o Erecom Piauí e Google trouxe até mim um texto que eu escrevi sobre temas dos pré-encontros do Erecom 2007. O interessante é que não reconheci meu próprio texto até ver a minha ssinatura ao final dele. A forma de escrever me parecia familiar, identifiquei-me com as idéias expostas, mas não lembrava que o tal texto era meu... Kkk!!

Dei uma editada, mas lá vai ele (não lembro o título, mas o tema era homo-afetividade feminina):

"É difícil lidar com as diferenças, quaisquer que sejam elas. O ser humano convive muito melhor com aquilo que converge com sua forma de ver o mundo do que com as coisas que lhe fogem ao controle ou que para ele não fazem sentido. Essa é a natureza do ser humano. Alguns convivem melhor com isso e outros nem tanto. Muitos simplesmente ignoram que as diferenças existem e devem ser respeitadas, por maior que sejam; e esse é um dos grandes problemas da sociedade atualmente, a intolerância.

A questão da sexualidade é uma das que mais fomenta preconceitos, e, por conseguinte, opressão. Não fosse assim, não haveria tantas designações para a orientação sexual de cada um: heterosexuais, homossexuais, homo-afetivos, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e (genericamente) transgêneros. Desde quando gostar de ou fazer sexo com pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo identifica o valor de uma pessoa? Para muitas pessoas, isso pode ser fundamental na hora de lidar com alguém. Por mais pífio que possa parecer, isso acontece, na maioria das vezes, por que as pessoas tendem a desrespeitar aquilo que vai contra suas convicções.

Muito popular no Brasil, a denominação “enrustidos” é comumente utilizada para falar de pessoas homossexuais que não assumem sua orientação sexual, quer por vergonha da sociedade, quer por vergonha de si mesmos. E se o termo é tão conhecido e tão utilizado, é porque muitas pessoas não vêem outra forma de “viver com tranqüilidade” a não ser escondendo sua homo-afetividade. E se tantos homossexuais não admitem que gostam de pessoas do mesmo sexo, é porque muitos problemas (que em boa parte dos casos vêm como em um efeito cascata) essas pessoas enfrentam. E a causa desses problemas também tem designação: preconceito.

Para as mulheres homo-afetivas, o problema é ainda mais sério. Ao longo da história, a sexualidade da mulher foi, em muitas civilizações, reprimida. O ato sexual era tido apenas como meio de reprodução. O prazer feminino é uma “conquista” recente. O direito a uma orientação sexual livre é algo que ainda deve ser alvo da luta (não apenas de lésbicas, mas das mulheres em geral), algo pelo qual ainda se vai gritar, batalhar, queimar sutiãs e o que mais for preciso.

Aos poucos a sociedade vai desconstruindo a imagem da lésbica meio “mulher-macho” (ou meio “macho-e-fêmea” para alguns), masculinizada, arredia. Por ser homossexual, a lésbica não deixa de ser mulher, não tem de necessariamente se portar, vestir ou agir como homem. E mesmo que ela assim se porte, se vista ou haja, ninguém tem o direito, tão pouco motivos, para repreendê-la por ser assim. A feminilidade é intrínseca da mulher, não é prova de virtude ou de bom caráter.

Ver no rosto pasmo das pessoas o peso do preconceito é possivelmente a forma mais cruel de uma lésbica encarar a pequenez da sua sociedade. Não é a orientação sexual que faz alguém estar certo ou errado, pois essa distinção simplesmente não existe; é apenas uma convenção que a sociedade estipulou para tentar controlar aquilo que é incontrolável, o livre-arbítrio. Taxar, reprovar, reprimir, repreender, oprimir, ou desqualificar alguém assumindo como parâmetro tão somente sua orientação sexual é uma mostra de quão distante a sociedade está de entender a si própria. "


Bjooo!

terça-feira, 4 de março de 2008

"Meio intelectual, meio de esquerda"

O texto (altamente Ctrl C + Ctrl V do antigo blog do Antônio Prata) é grandinho, mas é uma delícia. Fiz tanta propaganda (né, Dan e Lu??) que o jeito foi publicá-lo:

"Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda,adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.
Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma ali mesmo.
Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.
Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos:os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.
Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo,saca?).
-Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?"

Mais um para eu querer ser quando eu crescer!

Bjooo

Drops

Informe: Passei alguns dias sem postar, mas foi por uma boa causa. Tenho diminuído minhas horas ociosas em frente ao computador; trabalhando no jornal, estudando para concurso, fazendo freela e buscando desesperadamente uma pauta para meu livro-reportagem (TCC) não me sobra mesmo muito tempo. Além disso, tô tentando ser menos "boca aberta". Ultimamente, tem crescido exponencialmente o número de esporros que levo de meus amigos por conta disso; não é possível que todos eles estejam errados.

Aos drops:

▄ Minha gente, eu não vou mentir: tô adorando essa confusão do Marden Menezes com o Asis Carvalho. Não que eu acredite que isso vá dar em alguma coisa (e quando eu digo "coisa" vocês sabem do que se trata, né?), mas meu lado JORNALISTA DE POLÍTICA quer mais é que esse negócio de um denunciar o outro (até sobre roubo de galinha) renda um bocado;

▄ Porém, meu lado BRASILEIRA ENVERGONHADA está enojado com esse denuncismo barato e eleitoreiro - e aqui não me refiro apenas a esse caso. É... política nesse país é uma palhaçada, algo que quase beira a irresponsabilidade (salvo raras exceções).

▄ Pessoa "meio intelectual, meio de esquerda que sou", recomendo o blog do Antônio Prata: blogdoantonioprata.blogspot.com. Texto leve, inteligente, inquietante, de temática variada (de crítica social a toda sorte de futilidades). Obs: Lucas (Vieira), obrigada por proporcionar esse reencontro (o Antônio Prata escreve para a Capricho - sim, confesso, fui assinante por volta dos meus 14, 15 anos - e faz parte da minha adolescência).

▄ Falando em ser "meio de esquerda", eu descobri porque a oposição ainda não deu um jeito de pedir a cassação do Lula. Vocês já imaginaram se o José Alencar vira presidente???? Eu já...

▄ A Comunicação Alternativa do Erecom 2008 vem aí: CCE-Ufpi, de 19 a 23 de março. Insrições abertas... quem quiser maiores informações, pode me mandar um e-mail ou perguntar pelo blog mesmo.

▄ Guerra na América do Sul?? Ai que meda!! Ô povo que gosta de aparecer, nam...

▄ Muitas vezes, a vida nos exige tomar decisões difíceis. Tantas outras vezes, não há o que escolher; você precisa fazer o certo e pronto. Mesmo que isso implique não ir ao aeroporto se despedir de um grande amigo que vai embora para o Rio Grande do Sul, perder um final de semana sossegado com direito a show do Yegor, digo, do Capim Cubano em Piripiri ou ficar na sua quando o que você mais quer é mandar todo mundo para a PQP;

▄ Ah, se eu tivesse uma lista de objetivos para 2008, acrescentaria o item: discutir menos com o Hugo. Mas, para isso, ele precisaria discutir menos comigo também!!

▄ Feliz pelo filho do Di e da Marina (bem-vindo, Caio!!);

▄ Feliz pela nova fase da vida da Nil (boa sorte é pouco perto do que desejo para você);

▄ Feliz até pelo Flamengo.... Deve ser porque, apesar de tuuuuuudo, eu estou bem comigo mesma. Parece mais papo da Jaque, mas "paz interior não tem preço".

▄ Eu já disse que ando desesperada por conta do meu TCC??? Já???

Bjooooooooo

sábado, 1 de março de 2008

Lições

Você precisava extravasar.
E eu sabia que ia dar em merda.
Você, certamente, também sabia.
Eu “deixei” você ir até onde não deveria.
Você só pediu que eu estivesse ao seu lado.
Eu estive o tempo todo.
Você caiu.
Eu não tentei lhe levantar.
Você levantou sozinha.
Eu sabia que aquilo não estava sendo fácil.
Você apenas me olhou para que eu soubesse que precisava mesmo de mim.
Eu lhe disse “sim” com o olhar.
Você cambaleava.
Eu lhe amparava.
Você hoje não lembra de nada disso.
Eu lhe contarei tudo.
Você não vai acreditar.
Eu vou contar os detalhes.
Você vai se arrepender.
Eu vou esperar que não se repita.
Você vai fazer de novo.
Eu vou odiar.
Você não pode ser julgada por isso.
Eu estarei, como sempre, ao seu lado.



Dor de cotovelo não combina com uísque. Não mesmo.

Sau... da... de...

Sabe quando você fica com o coração apertado de tanta saudade de alguém? Sabe quando ele fica bem apertadinho mesmo, todo dolorido? Sabe quando o que você queria mais que tudo era ver aquela pessoa? Sabe quando você sente que o simples fato de ver a tal pessoa faria sua vida voltar a ter graça?

Essa sensação geralmente é acompanhada de uma síndrome terrível: a síndrome da vida que passa. Quando você percebe, a sua vida já está caminhando no automático – prejuízo certo. Você sente que há algo de estranho. A pia está cheia de louça, seu guarda-roupa está uma zona, os livros jogados, seu trabalho anda uma porcaria. Mas você leva um tempo até perceber que é a falta daquela pessoa a responsável por sua apatia.

É estranho depositar tanto de si em uma outra pessoa. Sinto-me um tanto incomodada em admitir isso. Mas é assim que me sinto hoje. Meu coração anda apertadinho... nada que eu não possa resolver com um telefonema que ainda estou adiando.

Ah, Diiiiiiiiiii e Marinex, parabéns pelo bebê!! Que o Caio traga muitas felicidades a vocês e simbolize a força do sentimento que os uniu. Toda sorte do mundo para essa criança que vem aí e pro casal também.

Bjooooooo