terça-feira, 8 de julho de 2008

Tô falando...

No início do ano escrevi um post sobre essa estupidez de publicar casos de suicídio que tomou conta da imprensa piauiense naquele período. A impressão que eu tinha é de que nenhuma das pessoas que noticiaram essas mortes assistiu àquela aula em que o professor explica que há pesquisas que comprovam a influência da divulgação de casos de suicídio na ocorrência de novos casos. Ou então não se tem bom senso para saber que suicídio é uma mazela pessoal, não é caso de segurança pública, portanto, não é de interesse público.

Hoje, o coordenador geral da Coordenadoria Estadual de Direitos Humanos e da Juventude do Piauí, Alci Marcus, trouxe até a redação vários exemplares de "Prevenção do suicídio: um manual para profissionais de mídia". No manual constam informações sobre o impacto da cobetura de suicídios pela mídia, fontes de informação confiáveis, como noticiar o suicídio em geral, como noticiar casos específicos de suicídio e, o principal, O QUE NÃO FAZER.

E os itens listados como algo a não se fazer, são exatamente o que os veículos piauienses mais fazem nesses casos: publicar fotografia ou cartas suicidas, informar detalhes do método utilizado, fornecer explicações simplistas, glorificar ou fazer sensacionalismo, utilizar estereótipos religiosos ou culturais, atribuir culpas. Que coincidência!



Para meus colegas jornalistas: que esses manuais não sejam jogados nas gavetas das bancadas. Os textos são curtos. Não digam que não têm tempo!!

Bjos!

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