sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A prática e o discurso



O discurso e a prática




Às vezes me pergunto por que tenho uma assinatura da Veja. Nunca leio as matérias de política porque são nojentas. Por outro lado, acho que seus textos e sua diagramação são os melhores dentre as revista semanais de atualidades. Mas é quando leio entrevistas como a que o ministro (e gato, muito gato) Fernando Haddad, da Educação, concedeu a Mônica Weinberg (edição 2.030) que me convenço de valer a pena pagar para receber a revista.

Algumas do Haddad:
“Um problema evidente é o dogmatismo que chega a algumas salas de aula do País. Ele exclui da escola a diversidade de idéias sobre a qual ela deveria estar apoiada. A obrigação da escola é formar pessoas autônomas, capazes ”.

“É preciso ressaltar que a educação no Brasil pena com algo mais básico, que é o despreparo dos professores. Temos um grande défict de pessoas realmente capacitadas para educar nossas crianças”.

“As melhores escolas do Brasil têm professores com base do mérito e não em política. é básico, mas ainda raro no Brasil”.

‘Temos de criar incentivos para que as pessoas se interessem por essas carreiras, como distribuição de bolsas de iniciação científica e cursos profissionalizantes”.

“Houve uma vulgarização da greve no ensino, e isso não nos ajuda. Precisamos ser pragmáticos para vencer nossas evidentes fraquezas em sala de aula”.

“Temos um problema sério: a Universidade brasileira não produz conhecimento que interessa ao mundo real”.

‘Uma praga da qual precisamos fugir é a da descontinuidade das políticas públicas. A cada novo governo, tudo muda e lá se vão anos de trabalho pelo ralo”.


O discurso, senhor ministro, é muito bonito (tanto quanto o senhor), mas por que todo esse falatório ainda não saiu do papel? O Fundo para o Desenvolvimento da Educação (FDE) foi lançado em maio e até agora naaaada. Se quem tem fome tem pressa, com analfabeto e desempregado não é diferente. Enquanto isso, a gente se concola com o fato de finalmente haver um ministro da educação ao menos sensato no Brasil. Mas só isso não é suficiente.

Em tempo, leiam a entrevista na íntegra. Vale a pena. Também recomendo que leiam, na mesma edição de Veja, o artigo “Falsos estágios ?”, de Cláudio de Moura Castro, um economista que entende mais de educação que muitos ministros que o Brasil já teve.

P.S.: falando tão sério hoje... rsrsrs

Bjos!

Nenhum comentário: