Convicções

Chegava eu a uma dessas sorveterias caras e metidas a besta de Teresina, cujo sorvete perde é feio para o da Pura Fruta do Mocambinho; a atendente tava sorrindo. Mas aquele sorriso um pouco sem graça, um tanto constrangido, e muito achando graça mesmo.

Boca aberta que sou:
"Que foi?"
"Aqueles dois rapazes... kkkkk" (referindo-se aos dois rapazes que saiam enquanto eu entrava)
"Que que tem eles? rsrs", indaguei, já meio contagiada com o riso descontrolado dela.
"Eles...kkkkkkkk"
"Eles o quê, mermã?" (dizer 'mermã' em geral aproxima atendentes e clientes aqui em Teresina)
"Menina, eles acabaram de dar um beijão bem aqui... kkkk"
"Ah, foi isso?? - sentiram o ar de "ah, q decepção?" - Poxa, que legal!"
A moça fez uma cara de "hein?" e eu retomei a conversa pra quebrar o gelo:
"Me amarro em gente que se assume; é melhor do que esse povo enrustido"
"É mesmo, né? Tá cheio de gente enrustida mesmo".


Ou ela leva muito a sério esse lance de "o cliente tem sempre a razão"...
ou eu a deixei ainda mais constrangida...
ou ela muda de opinião muito rápido...
ou as três alternativas anteriores.

Aaaah, e depois que eu recebi meu sorvete, ela continuou se acabando de sorrir! Eu, hein?

Bjoooooo