domingo, 11 de maio de 2008

Bebe negão

O homem sai cedo para tomar umas na esquina, ver o jogo e bater-papo com os amigos.
A mulher fica em casa, cuidando dos filhos e dando uma de rainha do lar em pleno dia das mães, que por acaso é um domingo, o único dia que tem (teria) para descansar.
O homem volta trêbado.
A mulher cansada.
O homem quer comida.
A mulher não deixou nada pra ele.
"Eu tava só com o pessoal, tava fazendo nada demais".
"Tava raparigando que eu sei, seu mentiroso, sem vergonha".
O homem sai.
A mulher fica tensa.
O homem volta.
A mulher fica mais tensa.
O homem aponta o dedo para ela.
"Eu não sou moleque. Não me chame de moleque. Eu sei muito bem o que faço. Não sou mentiroso. E não sou moleque".
A mulher fica estática.
O homem cada vez mais furioso.
"Você pare com isso. Se partir pra cima de você, você não aguenta".



Não sei como terminou essa história porque estava apenas passando pela rua e vi a movimentação dos vizinhos. Espero que ele não tenha batido nela, que ela não tenha pego uma faca para se defender, que os dois não figurem nas manchetes de portais sensacionalistas e na página 7 do ódia.


Amargurada, hoje!

Bjo!

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