terça-feira, 6 de maio de 2008

Colossal

Não me perguntem o motivo, mas eu me peguei esta manhã conversando com o Edson sobre os nossos felizes tempos de crianças inocentes que assistiam à TV Colosso (sério, gente... o Edson era menos estranho quando era criança). E chegamos à conclusão que aquilo era revertido de forte crítica social. Definitivamente, não era um programa para crianças.

Aos argumentos:

1) Todos os operários tinham o nome de Gilmar; eles se vestiam e se comportavam de maneira igual, não tinham personalidade ou vontade própria. Uma clara crítica ao sistema capitalista-explorador, com vasta inspiração em O Capital, de Karl Marx.

2) Sem falar que o programa satirizava o cotidiano de uma empresa de comunicação. Nada mais explorador que uma empresa de comunciação - e ainda mais em se tratando de uma emissora de TV!!

3) Atenção para o largo espaço dado no programa ao 'Capachildo Capacho'. Desenhando: o puxa-saco! Qualquer coincidência com o meio não é mera semelhança; não mesmo.

4) Nem a MTV, com seu jeito pop e norte-americanizado de ser, ficou de lado. O quadro comandado por Thunderdog (falando nisso, alguém sabe se o Thunderbird ainda existe?) mostrava uma juventude boba, consumista, manipulada pela industria cultural. Adorno e Horkheimer foram, certamente, as fontes dos redatores... Ai, meu paradigma!

5) Até os nomes dos personagens traziam consigo nuances de crítica ao imperialismo norte-americano, como no caso do apresentador do Jornal Colossal, o Walter Gate. Han? Han? Watergate...

6) As histórias do famigerado e lendário 'Roberval, o ladrão de chocolate' em tudo lembravam o jornalismo policial brasileiro. Sensacionalistas, documentalescas e superficiais.

7) E as pulgas?? As pobres pulgas piratas, que viviam no sub-mundo, sabotando a transmissão. Elas simbolizavam aquelas pessoas socialmente vulneráveis marginalizadas e aquém da sociedade. Aqui, forte presença das idéias de Luís Brandão.

Daí, consultando o amado Google, descobri que o Angeli e o Laerte eram da equipe d criação. Logo, não tinha como ser coisa para criança. Sem contar que quem fazia a Priscilla era o Vesgo, o do Pânico. Um negócio que tem o Vesgo pelo meio não pode ser para criança meeeesmo... o programa TV Colosso 'deu origem' a dois CDs, um filme longa-metragem, uma peça teatral, um Especial de Natal, um Terça Nobre, shows e mais de 120 produtos licenciados. Tão vendo como não é mesmo coisa de criança??

Ai, juro que vou trabalhar mais e conversar menos com o Edson!

Bjo!

2 comentários:

dane_ly disse...

amei!!!!
mas tu lemra disso tudo mesmo ou o google te ajudou muito? rs
muito massa! as crianças de hj não sabem o que perderam! rs
questão: se a mensagem subliminar que nos era passada era essa (crítica, como vc disse...) funcionou???
Xêru!

dane_ly disse...

lembra*