segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pelo empreendedorismo


Uma das melhores coisas de ser jornalista é poder conhecer lugares e pessoas que nunca se imaginou conhecer. No semestre passado tive a oportunidade de conversar (mais que entrevistar) um dos caras mais feras do Brasil na área de empreendedorismo, Fernando Dolabella. Lembro que conversamos sobre a cultura da estabilidade no emprego público e sobre o medo que os brasileiros têm de empreender. Algo que ficou bastante marcado em minha memória após aquela entrevista foi o fato de Dolabella ter feito questão de destacar que o grande gerador de crescimento e riquezas são os empreendimentos e não o Governo.
Morei cinco anos no município de Balsas, região do cerrado maranhense. Há outros cinco visito a cidade com certa regularidade para rever familiares e amigos. Balsas é hoje um pólo da agricultura mecanizada, que tantos condenam por fadar o homem do campo ao êxodo rural, por gerar bolsões de misérias nas grandes cidades e, mais recentemente, nos centros regionais.
são quero entrar na discussão sobre desenvolvimento sustentável, pois todos nós sabemos que ele é imprescindível para que daqui a algumas décadas o agronegócio ainda possa gerar divisas (até o Blairo Maggi colocou isso na cabeça - veja a Veja desta semana). O que quero publicar aqui é o testemunho de uma pessoa que viu, em apenas uma década, uma cidadezinha do interior do Maranhão (um dos estados mais pobres da federação) se transformar, vertiginosamente, em um centro regional, em uma das cidades que mais cresce no país.
Ao mesmo tempo em que o agronegócio emprega menos mão-de-obra, ele gera uma rede enorme de demandas nas mais diversas áreas, gerando emprego e renda. Por que o homem do campo tem de continuar no campo? Por que ele não pode ter direito a estudar, qualificar-se em outras áreas ou mesmo na área rural? Quando minha família e eu nos mudamos para Balsas, lá não havia clínicas médicas, escolas, hospitais, consultórios odontológicos, faculdades, centros comerciais e opções de lazer com a variedade e a qualidade que tem hoje. Não que na cidade não haja mais pobreza que em outros tempos, mas é inegável o crescimento e o progresso na região.
Para os ecologistas de plantão, pode parecer chocante a foto acima, mas é graças à monocultura mecanizada que milhares famílias hoje têm seu sustento direta ou indiretamente na cidade, vivendo, na maioria dos casos, bem melhor que 10 anos atrás. É graças à lavoura fomentada pelas grandes empresas multinacionais comedoras de criancinhas que muitos pais não precisam mais mandar os filhos estudarem fora ou viajarem 500 km para fazerem exames médicos modernos.
;)

Nenhum comentário: