sábado, 9 de junho de 2007

Apenas um sorvete...


Outro dia estava no ônibus com um daqueles copões de sorvete da Kibon... qse td dia faço isso, mas naquele dia uma criança sentou ao meu lado e começou a puxar assunto: “tia (tia? Como assim ‘tia’????), que horas são?”, “tia (ele insistia em me chamar de ‘tia’), dá pra me avisar qdo chegar a parada da praça do Marquês?”, “tia, é sorvete de q?”... estava só esperando ele pedir. “É de chocolate. Pega p você... tem mais da metade”. Ele abriu um sorrisão e agradeceu: “valeu, ‘tia’”.

Contei essa história p o Diego achando aquilo a coisa mais bonitinha do mundo. E veio o estraga prazer: “tu é doida? Tu tá alimentando a mendicância dessa criança (e blá blá blá...)”. Na hora não dei importância. Era só um sorvete. E as crianças são ‘pidonas’ por natureza. Outro dia, cheguei à redação e a Dália (filha da Doroty) não me disse nem boa tarde e já foi pedindo um pouco de ruffles. Normal.

Depois aquilo ficou martelando na minha cabeça. Estava certa de que não tinha alimentado a mendicância de ninguém, mas fiquei pensando no quanto nós estamos sujeitos a estimular, diariamente, a miséria de tantas outras. E a culpa não é de quem pode comprar um copão de sorvete e dar a quem bem entender; é de quem não dá educação e condições de vida digna para quem precisa. Mas o fato de a culpa não ser minha, não alivia minha participação nessa sociedade tantas vezes omissa. Nem a de ninguém.


Bjoooooooo


ps: desenterrando o Olodum (precisando me animar um pouquinho): “Olodum tá hip, Olodum tá pop, Oludum tá reggae, Oludum tá rock, o Olodum pirou de vez”... (rsrs)


Um comentário:

Carlos Rocha disse...

Só confundindo para não explicar: A culpa é nossa quando os políticos eleitos por nós não conseguem dar uma resposta tirando as crianças das ruas, mas somos inocentes quando damos comida para elas porque estamos apenas exercitando a solidariedade!
Falou!